O seu momento está chegando

João 5:2-9

2 Ora, em Jerusalém há, próximo à porta das ovelhas, um tanque, chamado em hebreu Betesda, o qual tem cinco alpendres.

3 Nestes jazia grande multidão de enfermos, cegos, mancos e ressicados, esperando o movimento da água.

4 Porquanto um anjo descia em certo tempo ao tanque, e agitava a água; e o primeiro que ali descia, depois do movimento da água, sarava de qualquer enfermidade que tivesse.

5 E estava ali um homem que, havia trinta e oito anos, se achava enfermo.

6 E Jesus, vendo este deitado, e sabendo que estava neste estado havia muito tempo, disse-lhe: Queres ficar são?

7 O enfermo respondeu-lhe: Senhor, não tenho homem algum que, quando a água é agitada, me ponha no tanque; mas, enquanto eu vou, desce outro antes de mim.

8 Jesus disse-lhe: Levanta-te, toma o teu leito, e anda.

9 Logo aquele homem ficou são; e tomou o seu leito, e andava. E aquele dia era sábado.

João 5:2-9

Ter relacionamentos embasados nas nossas necessidades pessoais é um dos passos para a frustração e até mesmo a amargura. Nessa história vemos o caso de um homem, paralitico a 38 anos, que estava tão ansioso pela manifestação do poder de Deus, que não estava aberto para um relacionamento com Deus.

Vejamos que o próprio Jesus (não foi um dos seus discípulos ou mensageiros) senta-se ao lado do homem. Inicia um diálogo, mas o homem está mais interessado em ser curado (ter seus desejos satisfeitos) pela manifestação do poder de Deus, do que desenvolver um relacionamento com o próprio Deus.

Este é um dos riscos que corremos quando estabelecemos um relacionamento de “servos” ao invés de filhos de Deus. Nesse tipo de relacionamento, buscamos a Deus por causa de todos os benefícios que Ele pode nos dar: o alimento, a vestimenta, a saúde, a proteção, se tornam o elo que nos liga aos céus.

Jesus falou a respeito desse tipo de cuidado e expectativa da criação, quando disse que Deus alimenta os pássaros e veste a flor do campo. Se Deus quisesse ser apenas um provedor de comida e roupa, teria nos feito um pássaro ou uma flor, não é mesmo?

Mas, Ele busca um relacionamento. E, poucos têm tempo pra isso. Nossa vida é resultado de relacionamentos (bons ou ruins, doentes e escravizadores ou leves e livres), e não das 8 ou 10 horas de serviço diário em uma empresa ou negócio.

Quanto você estaria disposto a oferecer por 10 minutos de prosa com Deus? Face a face? Pois bem, esse relacionamento não é na base da barganha ou dinheiro. Durante um tempo foi assim, quando o máximo que as pessoas poderiam chegar perto de Deus, era levando um animal, sacrificá-lo no altar do holocausto, e estar a algumas dezenas de metros da Arca da Aliança, que representava a presença de Deus.

Agora não mais. Ele está a procura dos que o adoram em espírito e em verdade: nada de superficialidades nem máscaras; um relacionamento aberto e sincero. Bom, voltemos à nossa história.

Todos nós temos promessas para serem cumpridas, e necessitamos de milagres. O milagre é tudo aquilo que somente Deus poderá realizar.

Porém, fica claro, com o passar do tempo, que a espera pelo milagre ou a realização de uma promessa, pode se tornar longa e cansativa.

Que danos emocionais e espirituais passa uma pessoa que espera por 38 anos a manifestação de Deus em sua vida?

1. Injustiça – “Porque eles e não eu” – Dessa forma, a pessoa que espera por muito tempo começa a se sentir injustiçada quando vê outras pessoas alcançando seu milagre.
2. Menosprezo – “Os outros são mais amados e merecem mais” – Com o passar do tempo, somos levados a crer que a espera se deve ao fato de que não merecemos ou que não sejamos tão amados como os outros.
3. Ingratidão – “Tanta gente ruim que vive bem, e eu aqui preso a esta cama” – Após o sentimento de injustiça e de menosprezo, somos invadidos por um sentimento de ingratidão, onde, nos esquecemos de tudo o que Deus já fez por nós, e passamos a lamentar e a reclamar do nosso estado atual.

Precisamos entender, também, que a espera pode não ser nossa, mas de Deus. SIM! Deus pode estar a espera de uma atitude nossa, de um passo e uma confissão de fé, ao invés de ficarmos reclamando da situação.

A Bíblia diz que quando o povo de Israel parou em frente ao Mar Vermelho, começaram a clamar por Deus e à espera do milagre. Mas, Deus disse a Moisés: Por que clamam a mim? Diga ao povo que marche. Ou seja, Ele estava a espera que Seu povo continuasse, desse o passo seguinte, para que o milagre fosse liberado.

Que ensinos podemos ter nessa história?

1. O favor de Deus está mais perto do que pensamos; não confie nos seus sentidos, abra espaço para a fé. O paralitico confiava nos olhos, no que via, ao invés de enxergar que a resposta já havia chegado. O pior cego é o que vê mas não enxerga. Jesus está do lado dele, mas ele continua olhando para as águas. Deus está mais perto do que você pensa.

• Não se prepare para esperar, mas para acreditar; não arme a cama para a espera e frustração. O paralitico tinha mais confiança na “espera do milagre” do que no milagre em si. Por isso, ele preparou sua cama naquele lugar: ele se prepara para “esperar”. Mude sua expectativa; não se programe pra viver como está por muito tempo. O seu momento está chegando!

• A razão embaça a visão e adia o milagre. Quanto tempo perdido numa conversa de frustração e decepção, alimentada por razão humana! Jesus quer levar a conversa pra outro nível, onde o paralitico pudesse crescer em fé e confiança. Mas ele continuava contradizendo Jesus com questões humanas e terrenas. “Como poderei ser curado?” respondeu ele. Nós mesmos limitamos o poder e a forma de Deus agir. Porém Ele não está preso ao nosso pensamento nem à nossa crença equivocada.

Conclusão

A historia do paralitico nos mostra o quanto Deus já esta ciente de nossas fraquezas e limitações, e que Ele está sensível ao nosso momento ruim.

Mas, o momento de virada está chegando. Prepare-se para alcançar os milagres. Gaste forças em acreditar, ao invés de gastar forças em esperar.